terça-feira, 31 de março de 2015

Um pensamento

Crescemos com paradigmas. Nossos pais, professores, amigos, inclusive nós mesmos, nos impomos modos de vida, crenças, objetivos, felicidade, amor, sexo, drogas, vícios, guerra, paz, crimes, pobreza, riqueza, e assim por diante: um sem número de ideias formadas pelo que nos foi passado das gerações passadas.
Para alguns, ou a maioria, opor-se à esses paradigmas é uma ofensa pessoal. Nunca tendo questionado, ou quando questionado sendo rapidamente repreendido e punido, formaram seu caráter em torno destes valores, por tal devemos compreender tamanha aversão, ódio, raiva e demais sentimentos agressivos e destrutivos, pois compreender é um passo importante.
Quando nos opomos aos paradigmas existentes, alguns podemos agredir, física ou verbalmente, pois não entendem que seus conceitos que, para eles, deram certo por anos possam estar errados. Isso planta a semente da dúvida, temida por aqueles que buscam controlar e por aqueles que, inconscientemente, querem ser controlados.
Esta semente deve ser cultivada para a flor da vida florescer dentro de cada ser. É importante entendermos os sentimentos descritos acima e como eles são gerados, pois nunca devemos atacar. Explane, converse, mas nunca ofenda o outro. Entenda o que o ofende, como o ofende. Respeite-o, ame-o. Passe seu ponto de vista como uma mãe ou um pai ensinando ao filho.
Assim, estarás cuidando da semente de seu ser. Não há motivos para irmos uns contra os outros. Não há motivos para irmos outros contra uns. Pois não há uns nem outros. Há somente todos, e todos fazem parte do Todo, assim como tudo.
A felicidade está em amar.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Uma poesia

Pés descalços na areia
Milhares de grãos
Ínfimos, despercebidos
E infinitamente belos

Tantos e,
Ainda assim,
Poucos
Perto das estrelas no céu

Belíssimas, puras
E sem fim
Nascendo e morrendo
Num ritmo constante

Criam vida,
Destroem mundos,
Explodem energia
Ou sugam toda luz

É, o céu é lindo
Meio maluco
Meio caótico
Perfeito em sua imperfeição

Ainda prefiro a areia
O mar
As ondas
A Terra

Pois teus cabelos
Teus gestos
Teus olhos
E teu sorriso
'Tão aqui.

Zona de conforto

Creio que todos já tivemos aquela sensação de "preciso sair daqui". Aquele momento de súbita lucidez, em que você percebe que não há mais nada para você onde está e a única opção é sair o mais rápido possível, em busca de novos horizontes, novos dias.
Mas ficamos. Ficamos porque é seguro, porque é o que estamos acostumados. Nos convencemos que devemos esperar, "ainda não é a hora", nosso momento está por vir, amanhã seremos felizes. E não faltam desculpas para isso, motivos e impedimentos para não tentarmos, não arriscarmos. Ignoramos o único motivo relevante para ir ou ficar. Apesar de vários indícios do contrário, acreditamos nisso. Acreditamos que ficar trará tudo aquilo que buscamos, e que sair não é uma opção viável no momento; talvez nas férias daqui a dois anos.
Negamos todo o nosso instinto, aquilo que nos torna humanos, pelo pensamento analítico robotizado. Com certeza existem vários motivos para ficarmos, porém, qualquer um deles, é mais importante que aquilo que sentimos? Ter dinheiro, segurança e estabilidade é mais importante que ser feliz? Posso estar errado, mas penso que não.
Andar de bicicleta curtindo a brisa vale mais que carro de luxo. Uma casinha pequena e aconchegante lá longe vale mais que apartamentos gigantescos em centros urbanos. Conversar com os amigos olhando em seus olhos vale mais que celulares do ano (ou do momento). Amar alguém por uma noite vale mais que namorada(o) troféu.
E se pensares ser difícil, lembre-se: se estás triste, todo teu aconchego e facilidade parece inútil e pouco. Se estás feliz, toda dificuldade será um passeio no parque, toda chuva será um bênção e todo raio de sol, um novo dia.
Vivamos mais, por favor.

sábado, 28 de março de 2015

Um pensamento

"Vivemos numa ditadura velada", ouço.
Somos bombardeados, diariamente, com informações dúbias e tendenciosas. Há muito não assisto tevê, pois toda a informação passada por ela diverge da realidade. O controle da mídia é essencial para qualquer ditadura, dessa forma se controla "as massas", pessoas que evitam pensar.
É difícil pensar, dói. Dói na cabeça e no coração, pois todos vemos as injustiças. barbáries cometidas com quem não faz parte do grupo que está no poder. Então, alguns se convencem de que o mundo é assim e que devemos fazer parte do grupo que está no poder para não sofrermos, e todos que não estão nesse grupo devem sofrer, pois é escolha deles.
Pensamentos agressivos e isoladores, transformam a beleza humana numa face deformada de ódio e rancor, que necessita de drogas para dormir e para acordar, e, quando é socialmente aceitável, ingerem álcool como se não houvesse amanhã, buscando afogar a sensação de culpa.
Esquecem que para haver vencedores, a maioria deve perder. Mas vemos isso como normal. Nossos esportes são todos moldados afim de alguém vencer todos, ser o melhor. Isso me traz perguntas que ficam ali, pairando... Por que ser o melhor? Por que vencer? Por que alguém deve perder? Não podemos todos agir cooperativamente para atingirmos o sucesso juntos? Por que essa aversão ao amor e à compaixão?
A nossa ditadura vem de dentro. Acreditamos naquilo que vemos e sabemos ser errado, mas por comodidade, aceitamos. É mais fácil. Dói menos. Porém, como um homem mais sábio que eu disse: "Dificuldade fortalece. Facilidade fragiliza."

Saia da zona de conforto física, mental, social e sentimental que vives.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Uma poesia

Era uma beleza rara
Daquelas pouco vistas,
Daquelas que um homem
Pode esperançar ver
Uma vez ou outra
Como um belo cometa
Que, após visto,
Será contemplado
Por gerações que ainda não sentiram

Era uma beleza rara
Daquelas que perduram
Que ficam na memória
Tu não esquece fácil
Sonha e acorda
Acorda e sonha
De olhos abertos ou fechados
Tão marcada na mente
Quanto os sulcos pela lua ostentados

Era uma beleza rara
Que esquentava o peito
Enquanto o caos reinava no estômago
O riso não se controlava
E queria apenas se mostrar,
Feliz
Por tê-la, bela, ao lado

A beleza, rara,
Um dia foi
E levou consigo todas as outras
Quando olhamos
Muito tempo
Para o Sol
Nada mais brilha
E o brilho mais lindo
Bonito
Quente
Foi.

Uma crônica

Faltando quarenta minutos para as cinco horas, perguntou:
- Tu acha que a gente morre?
- Como assim?
- Tipo, acaba e pá.
- Cara, tem um cientista que tem uma teoria... Como que é o nome dele...
- Josué?
- Não é Josué cara. Tu conhece um cientista que se chama Josué?
- Eu conheço um cientista que se chama Jeremias
- Hahahaha lembra do vídeo do Jeremias? U cão foi quem buto pa nois bebee.
- Hahahahahaha não lembro cara
- Hahahahahahaha então tu tá rindo do que?
- Hahahahahahahahahaha
E riram até os estômagos doerem,
Os olhos lacrimejarem,

E as tristezas esvanecerem.

Uma história

Certo dia, como em todas as histórias, um Homem de meia-idade, cansado da labuta diária, da infelicidade e do sofrimento, buscou um Ancião que vivia nas montanhas, afastado de todos, mas que diziam ser feliz. E realmente parecia, em suas ocasionais visitas à vila em que moravam.
Então, o Homem bateu à porta da casa do Ancião. Antes de chegar à porta sentiu algo estranho, um bem-estar incomum em sua morada. O Ancião, com um sorriso, abriu a porta:
- Entre e sente-se.
E assim o Homem, com receio, o fez. E perguntou:
- Gostaria de saber o que há de errado comigo? Com o mundo? Por que sofremos tanto? Por que é tão difícil ser feliz? Por que...
Enquanto ouvia as perguntas, o Ancião apenas encarava o Homem, quando, ao perceber que este havia gasto todos os seus porquês, disse:
- Escute.
E o Homem se atentou, esperançoso, às palavras que nunca saíram da boca do Ancião.
Após horas ali, sentado, apenas olhando o Homem, o Ancião levantou e foi colher o plantio, fazer a comida, limpar a casa, todas as tarefas diárias e o Homem, sem entender muito bem o porquê, passou a segui-lo.
Após um ano, sem dizerem uma palavra ao outro, o Ancião, em um momento de meditação mútuo, disse:
- Ainda tens alguma pergunta?
E o Homem respondeu, com um sorriso:
- Não, Mestre.

Um pensamento

Quando lutamos com o outro, perdemos a batalha. A verdadeira guerra é interna. Não penses que existem coisas como vencer ou perder, pois a felicidade independe de recompensas: é a recompensa por si só.
Acordamos e dormimos pensando no que deu errado e no que dará errado. Quando algo dá certo, logo se pensa no que poderia ter ocorrido de errado. Essa lida define a vida de muitos: um eterno esforço para chegar à felicidade, sem nunca crer estar lá.
Um grande amigo me disse uma vez que "A felicidade não é um destino. É um modo de vida". Levo essa frase comigo todos os dias. Creio que todos devêssemos, afim de cooperarmos mutuamente. Porém, nos falta paciência.