quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Fênix

Acordou no meio da madrugada, inquieto. Foi beber água, nu como a mulher que estava ao seu lado na cama, ainda adormecida. Questionava-se o que havia acontecido com o prazer de outrora, despertado pelo toque de qualquer mulher. "É tudo culpa dela", pegou-se pensando. Tentou distrair-se desses pensamentos com um cigarro, mas a madrugada sempre lhe fora contemplativa e introspectiva. Foi à janela e ficou admirando a lua. Não conseguia se desligar daquela mulher, por mais que tentasse. As noites eram sempre permeadas pela falta que ela fazia em sua vida. Sentia-se vazio. Olhou para a mulher ao seu lado, que sorria no mundo dos sonhos.
- Eu só vou te destruir. - Sussurrou, enquanto começava a se vestir.
- Eu sei. - Disse ela, abrindo um olho. - Mas, só por esta noite, me deixe tentar te curar.
O sorriso dela aqueceu um pouco seu coração amargurado.
Pensou em, só por esta noite, deixar outra pessoa lhe fazer feliz, mas continuou se vestindo.
- Não há que curar, meu bem. Eu já morri.
Ela se levantou. A lua tocava seu corpo, iluminando parcialmente sua silhueta. Pensou em como ela era linda.
- Então seja a minha fênix.
E ele renasceu.

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